segunda-feira, 3 de abril de 2017

A única certeza

É quando segunda feira depois das 23h, a Netflix trava sem motivo e o silencio toma conta do quarto.
É quando a trilha sonora do invisível DJ põe a tocar em sua cabeça, Home Sweet Home do Motley Crue, mas na versão do Tommy Lee.
É quando aquele vazio existencial bate a porta e diz “abre, sou eu, voltei” e você dorme de conchinha com a sua velha conhecida, a BAD.
Talvez não seja só o sentimento de incapacidade que nos atordoa, talvez o grande pecado seja a preguiça de recomeçar, ou talvez somos mesmo esses seres incapazes de produzir felicidade, fadados ao fracasso social.
Mas um certeza, a única certeza. A dúvida.
Como não se isolar de um mundo de pessoas cheias de certezas, certas de suas atitudes, convictas de que estão no caminho certo, que bradam por todos os cantos a pseudo alegria que a vida lhes dá.

Ah se eu não soubesse, ah se eu não soubesse cada decepção que esses sorrisos esbranquiçados por filtros de redes sociais escondem. Queria eu ser um ignorante. Ah como eu desejo ser ignorante. Só assim poderia festejar sem pudor, essa fétida podridão que todos chamamos de vida.


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