segunda-feira, 16 de março de 2009
Eu matei um rato.
Parece a coisa mais banal do mundo, mas não foi, constituiu uma batalha épica de tamanha grandeza, que tive de vir aqui compartilhar essa aventura com o mundo. E conto como ocorreu:
Estava eu em mais um de meus dias comuns, enjoado de assistir as festividades da posse de mais um presidente americano, decidi assistir o filme que eu tinha alugado mais cedo na locadora.
Um filme francês, longe de ser brilhante, mas o critico do “Chicago sun times” o rotulou como, “inteligente e oportuno” o que logicamente eu discordo. Bom, o filme em questão se chama “comedy of power” ou em bom português, “comédia do poder”. Trata-se basicamente de uma juíza francesa que investiga casos de corrupção em empresas que prestam serviços para o governo, troca de favores e enriquecimento ilícito. Misture a isso um casamento conturbado, e algumas ameaças de seus investigados, o filme é isso.
Mas a idéia do filme não vem ao caso, a historia é outra, aqui estamos falando da morte de um rato, e lá no filme os ratos não morreram, eles venceram como sempre vencem.
A luz da sala de televisão tinha acabado de queimar e eu com a preguiça que me é peculiar não a troquei, estava centrado no filme. Os franceses falam rápido e é preciso ficar atento para não perder as legendas. Portanto estava escuro e concentrado na televisão, mas em um rabisco de olhar eu vi passando pelo canto da sala o roedor em questão, sem pestanejar saltei do sofá (que já tem o meu formato) e fechei a porta por onde o danado passou, ele se encontrava agora embaixo da estante da tv. Peguei o meu tênis 44, fechei a porta que da acesso a outra sala, pausei o filme e me preparei psicologicamente para a batalha.
A sala quase escura iluminada apenas pela tv que mostrava o filme pausado, as portas trancadas, o rato e eu. Em seu primeiro movimento, fez o que já era esperado, tentou voltar rapidamente para a porta por onde entrou, a encontrou fechada e ficou desorientado. Hora perfeita para um ataque, e não esitei, lasquei-lhe uma sapatada, mas o roedor mostrando uma habilidade impar escapou de três golpes seguidos com alguma perspicácia, e voltou para debaixo da tv.
Em sua segunda tentativa de fuga, mostrando que rato não tem cérebro, correu novamente para a porta pela qual tinha adentrado ao “matadouro”, e novamente deu de cara com a porta, no mesmo instante golpeei mais algumas sapatadas e ele mais desorientado que antes correu para o outro lado, e entrou debaixo do sofá. Desta vez eu acertei uma sapatada de raspão, ele estava cansado, estressado e agora com algum abalo físico.
Levantei rapidamente a primeira parte do sofá, o danado rastejante correu debaixo da segunda. Tirei a segunda parte do sofá de lugar, e ele correu para a terceira parte. E quando removi a terceira parte do sofá, ele voltou para a primeira.
Agora eu estava como o rato, cansado estressado e com as costas doendo de levantar o sofá. Mas desistir jamais, não era uma palavra que estava em meu vocabulário, agora era uma questão de honra, teria de mostrar para esse bicho asqueroso quem é que estava no topo da cadeia alimentar.
Levantei brutamente o sofá e me armei para mais um ataque, ele correu em direção a estante da tv, o segui e acertei a sapatada com precisão, mas não com a força necessária, ele ainda sobrevivia, ele estava acuado debaixo da estante com a pata traseira quebrada, e consciente de que o fim da sua vida estava próximo, de que seu predador não o pouparia por nada e que sua morte era inevitável.
Num ultimo suspiro de vida e dor, num instinto doentio de quem busca invariavelmente a sobrevivência, o bravo rato tenta mais uma vez a fuga. Mas desta vez não ouve erros de minha parte. A sapatada o deixou estirado ao chão.
Para evitar contaminações e doenças, peguei um plástico para envolver minha mão, o peguei pela ponta do rabo para lançar o seu cadáver no lixo, foi quando notei que o bravo rato ainda respirava. Os seus ferimentos eram irreversíveis, mas o predestinado ainda suspirava lacunas de vida. Vendo seu sofrimento fiz um vídeo de seus últimos minutos neste mundo, e que isso sirva de lição para todos os ratos que acessam o youtube. Não entrem em minha sala enquanto assisto um filme francês chato.
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