
Como já esta virando tradição aqui na minha cidade, sábado foi realizada a terceira caça ao Unhudo, e o blogueiro que voz fala foi lá conferir o evento. O evento consiste basicamente em um bando de loucos com muito álcool em seu organismo, andando a cavalo, à noite no meio do mato, “caçando” o tal do homem que espanta seus visitantes.
Eu não arrisquei ir a cavalo, até porque eu não tenho um, fui de carro até uma espécie de “acampamento base” que eles montaram no meio da estrada antes de chegar na serra, e mesmo de carro demorei a chegar, diga-se de passagem, era longe pra caramba.
Ainda na cidade encontrei o carro da reportagem da TV TEM (filiada rede globo), cujo motorista e vídeo repórter é meu colega de faculdade, então fiquei de guiá-los até o local do evento.
Andando a noite no meio de canaviais de cana-de-açucar que eu não conhecia direito, guiando alguém que conhecia menos ainda, só podia dar errado. Logo aconteceu o primeiro evento. De longe avistei umas luzes e pensei que era o dito cujo do lugar, mas não era, era uma ambulância resgatando um ferido, tive que parar o carro, a repórter já desceu correndo interessada em uma tragédia, eu também desci do meu carro pra ver o que acontecia, e foi o seguinte:
“Foi assim, o trator bateu no carro, ai o trator foi embora, ai o cara do carro desceu, ai veio outro carro que atropelou o cara do carro que desceu” me contou um garoto fanho que estava eufórico no local, agora em que carro, trator ou espaçonave aquele garoto estava eu não sei. Só tirei uma conclusão deste fato, as estradas rurais de Mineiros do Tietê estão mais movimentadas que as urbanas.
Depois de mais uns 15 min, chegamos ao dito cujo do local, no meio do nada, diga-se de passagem. Apresentei a turma de lá pra turma de cá, e agora era só esperar os cavaleiros. Se de carro a 60 km/h eu demorei meia hora, vocês devem calcular quanto tempo esperamos o pessoal.
Tirando o velho português falando duas vezes o nome da Record em entrevista para a Globo, o resto correu muito bem, eles iam para a pedra branca e eu para casa. Foi ai que nasceu o problema.
Fiz meu raciocínio lógico, a estrada toda eu vim reto, é só eu voltar reto... Estava mais que enganado, o reto ficou torto e eu me perdi nos carreadores de cana. Vai pra lá... Volta pra cá... E nada. Nem uma Luisinha se quer pra me orientar, andei em circulo, em quadrado, em triangulo... E nada.
Foi ai que avistei distantes um senhor caminhando na estrada, caminhava rápido, o chapéu tapava o rosto, e no escuro o que ficava mais visível era a brasa vermelha do cigarro, provavelmente “paiero” de fumo de corda. Mais que repentinamente acelerei o carro para alcançá-lo, ele poderia me indicar o caminho da cidade, ele andava rápido mesmo, foi difícil alcançar, mas quando alcancei abaixei o vidro do ajudante para lhe falar, foi ai que tive a ingrata surpresa.
Era um sujeito matuto, mal encarado, e só me caiu à ficha quando vi em suas mãos as enormes unhas, pensei no Wolverine dos X-mens, mas era o Unhudo... Olhou para minha cara e desapareceu no meio do canavial, só o vento que ele fez com a sua disparada quase tombou o meu carro... E foi assim que eu conheci o Unhudo da pedra branca.
É claro que essa parte da historia é mentira, mas bem que poderia ser verdade, seria bem legal.
Voltando ao perdido aqui, parei o carro em um ponto alto, desci tentei enxergar algo, e nada. Entrei em estradas que morriam, que tinham valetas que não dava para passar, achei um rio, um bambuzal (olha o saci ai), até que achei o estradão novamente.
Agora era seguir a estrada até o fim, para algum lugar fora dali ela ia... Depois de mais uns 10 minutos de estrada avistei uma pista (estrada asfaltada), depois de estar nela vi que se tratava da estrada que da acesso a cidade vizinha de Barra Bonita, olha onde eu fui parar, agora o território já era conhecido, eu já estava em casa.
E foi assim a minha caçada de sabado ao Unhudo da pedra branca.
Que aventura Ediii!
ResponderExcluirPois é,vc não encontrou o unhudo, infelizmente, mas percebo q o espirito do jornalismo realmente encontrou vc... Fico feliz! Amo vc! Saudadeeee!
Essa história de caçada ao Unhudo é pura balela, mas eu, em 1956 estive no topo da Pedra Branca, juntamente com outros três amigos. Foi uma aventura tremenda, onde o Unhudo quase ficou com meu chapéu Prada, novinho em folha. Talvez quisesse substituir o seu chapéu de palha. No entanto, no dia seguinte voltamos ao mato da Pedra Branca, eu e meu pai, e resgatamos o meu chapéu. Vardade verdadeira, acreditem ou não. Infelizmente meus companheiros já faleceram e não poderão afirmar nossa aventura.
ResponderExcluirEssa histórria de caçada ao Un hudo é pura balela, mas eu, em 1956 estive no topo da Pedra Branca, juntamente com outros três amigos. Foi uma aventura tremenda, onde o Unhudo quase ficou com meu chapéu Prada, novinho em folha. Talvez quisesse substituir o seu chapéu de palha. No entanto, no dia seguinte voltamos ao mato da Pedra Branca, eu e meu pai, e resgatamos o meu chapéu. Vardade verdadeira, acreditem ou não. Infelizmente meus companheiros já faleceram e não poderão afirmar nossa aventura.
ResponderExcluirBoa Noite!
ResponderExcluirEm 1977 eu estive na caça ao unhudo com 2 primos, pois uma velha empregada da fazenda Morro Alto (Dois Córregos-Barra Bonita) alegou que sua avó conheceu o Unhudo (homem de muitas posses e dono de um tesouro em moedas de ouro). Ai que a historia fica meio confusa, pois ele foi dono de uma grande fazenda na região que foi vendida e recebida em ouro e o mesmo ficou morando em algum lugar próximo ou dentro da fazenda, e os gatunos da época tentaram lhe-roubar a fortuna, e ele se escondeu numa caverna da região a mais ou menos 30 km da pedra de Torrinha, numa região conhecida como Agua Prata, que brotavam da Pedra Branca.
Encontramos a Agua Prata, a montanha de onde ela vem, e a grota, que conseguimos adentrar no máximo 20m. Mas ao atingir o 1° "salão" o caminho se tornou inacessível, pois a fenda se formou pela erosão da agua e a passagem tem no máximo 10cm de largura, e o fundo da fenda cheia de rochas pontiagudas que não permite a passagem de pessoas, como se alguem tivesse provocado um desmoronamento interno. Mas o salão continua pra frente, inatingível. Frio e escuro, com paredes esfarpadas, como se alguem não quisesse que se adentrassem, e se tentassem teriam o corpo ferido com arranhões (como se feito com as unhas). Fato ou invenção, o lugar esta lá. Agora, se alguem guardou o ouro la a unica coisa que dele sobrou foram as unhas.
OBS: nos pesávamos em media 75kg e não conseguimos passar pela fenda, e hoje pesam em media 110kg e estamos tentando a aposentadoria.
Luiz, Francisco e Romeu
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