sexta-feira, 17 de abril de 2009

Adoro quando chove (escrito em janeiro, e só publicado agora)

Meu Deus como chove! Uma semana inteira sem parar, mesmo nesse clima de férias que estou nos últimos tempos não da para agüentar, até a sagrada caminhada até a locadora para locar mais um dos meus filmes clichês esta prejudicada, hoje mesmo fui devolver os filmes de carro, e isso não é legal. Mas segundo o meu “terapeuta” eu sempre tenho que olhar o lado bom das coisas, eu posso ficar contente já que na minha cidade o risco de enchentes e desmoronamentos é zero. A cidade é uma grande descida e as margens do ribeirão não são habitadas. Aqui também não tem engarrafamentos, infelizmente, é difícil promover um engarrafamento em uma cidade com doze mil habitantes e não é falta de tentar. Nas eleições as ruas ficaram entupidas de carros, mas a maioria era de cidades vizinhas, contratados para desfilarem aqui. Mas esta chovendo, e apareceu uma goteira na minha sala de tv, na minha preciosa sala de tv, quando parar de chover eu tenho que subir no telhado pra ver se tem alguma telha quebrada. Acabei de aprender que o verbo para goteira não é “goteirar” e sim gotejar, obrigado tio Bill, voltando ao assunto. Podia gotejar em qualquer lugar, menos na minha sala de tv, é lá onde eu vivo, como, durmo e me relaciono com meus amigos virtuais. Falando dos meus amigos virtuais outro dia tive uma conversa sinistra sobre literatura contemporânea com Camões, e dessa vez não deixei passar, disse na cara dura para aquele portuguesinho arrogante, que a obra que tantos o gabam “Os lusíadas” da qual eu fui obrigado a ler no colégio, não passa de uma cópia barato de “A odisséia”, alguém tem que falar essas coisas, e olha que eu ainda não tive a oportunidade de falar com o tal do Machado de Assis. São cinco e meia da manha e não para de chover, meu pai já saiu para trabalhar, e mandou eu colocar o lixo pra fora, o lixeiro passa as sete, olha que folgado, só porque eu não faço nada ele acha que eu tenho tempo para colocar o lixo na rua, pai não sabe de nada mesmo. Sabe de uma coisa, pensando melhor eu adoro quando chove, me sinto em Londres, não que lá seja melhor que aqui, mas da pra fugir um pouco do ritmo frenético do verão imposto a todos os brasileiros, aqui é verão o ano todo, é festa o tempo todo, uma pausa às vezes cai como uma luva. Esta chovendo e não parece querer parar de chover, vou pegar meu guarda-chuva e vou à rua dançar, imitar um grande filme de madrugada em uma cidade do interior parece um programa divertido... Mas sem expectadores não tem graça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Destile o veneno: