Um tempo atrás a Veja fez uma matéria sobre a “nova onda do momento”, meninas assumidamente hetero estão beijando as amigas nas boates, no colégio, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê. CLARO que anunciaram como escândalo, entrevistaram sociólogas e mães preocupadas, o de sempre. Não explicaram foi que meninas que gostam de meninas não são novidade nos últimos 10 mil anos. A novidade é que por uma vez isso não está sendo encarado como o fim do mundo, nem está sendo feito como ato de rebeldia. Até porque a população (ao menos a masculina) aplaude de pé a iniciativa..
Willow e Tara, o casal mais estável em todas as temporadas de Buffy
Algumas vezes acho que sociologia é a arte de transformar um fenômeno natural em fenômeno sociológico. Pode ser fatalismo, mas algumas vezes as coisas acontecem apenas porque… acontecem. Nem tudo tem uma explicação profunda e esotérica. Um charuto, como dizia Freud, às vezes é só um charuto, símbolo fálico é o cacete! (tá, quem dizia isso era o veríssimo).
A matéria da Veja (links no final do texto) como sempre, traz o apocalipse ao umbral das famílias que têm o azar de ver suas pobres filhas envolvidas com esse ato antinatural, que nega deus, o estado e a própria alma-mater da sociedade. (pausa para ficar enjoado).
Com termos como “atitude homosexual” e declarações de “especialistas” como:
” Os especialistas em adolescentes advertem que ela tem tudo para ser traumática quando uma menina adere a esse tipo de comportamento apenas para não ser isolada pelo grupo”
As explicações especializadas vão desde a bisexualidade latente até influências sociais, frustração com o universo masculino, bla bla bla. Querem saber? Meninas pegam meninas desde tempos imemoriais, meus caros. Sempre foi uma alternativa saudável quando a pena por engravidar antes de casar era o apedrejamento seguido de morte (ou outro apedrejamento). A Ilha de Lesbos não é exatamente uma estrutura vulcânica que aflorou do mar semana passada. Os mitos estão aí. Só não vê quem não quer.
Alerta Aos Pais
Caros papai e mamãe: Lamento informar, sua filha não virou lésbica. A rigor ninguém “vira” nada, a não ser em piadas do Costinha. Ela está em uma idade que começa a descobrir a vida, sentiu vontade de saber como era beijar uma amiga, beijou e pronto. Big Deal. E não sou eu quem diz, é ela mesma:
A estudante C.O., de 15 anos, estava no meio da pista de dança, quando começou a trocar beijos na boca com uma de suas amigas. “Eu sempre tive muita curiosidade para saber como seria beijar outra garota”, diz ela. Satisfeita a curiosidade, bateu a dúvida: “Será que eu sou lésbica?”. A dúvida não durou mais do que uma música. C.O. gostou da experiência, não descarta a possibilidade de ela vir a se repetir, mas gosta mesmo é de meninos. “Não sinto atração por meninas”, afirma.
Ally e Ling, experimentando em Ally McBeal.
Não conheço nenhum caso registrado de uma adolescente que tenha beijado uma amiga na balada, para no dia seguinte largar a escola, cortar o cabelo na máquina, botar um boné e ir dirigir um caminhão. Se uma menina sentir atração por meninas, vai sentir isso no colégio, no clube, em qualquer lugar. Não é um ambiente de boate que define orientação sexual. No máximo deixa as pessoas mais facinhas.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEu bjo meninas, e vc gosta menos de mim por ausa disso?
ResponderExcluirinteressante
Excluirnaum paulinha, gosto de vc do mesmo jeito! rs...
ResponderExcluir