Mãe, eu quero ser um rock star!

Eu sei que isso é uma atitude individualista, mas quem se importa, todos querem ser um rock star.
E não to falando aqui apenas de um mundo de drogas e sexo exacerbado e ilimitado, eu estou falando das possibilidades múltiplas, eu estou falando da liberdade.
Não sei o que mais eu posso querer, todos os meus desejos se concentram em um só, ser um rock star, embalar milhares de adolescentes descontrolados, indicar caminhos que não levam a nada, fazer o que vier na cabeça e isso soar como moda.
Sabe o que eu mais preso na vida do rock, não é o dinheiro nem a fama, mas sim a maneira famigerada que podemos usá-los sem parecer que somos loucos. Aparecer pelado na sacada do hotel e isso ser considerado marketing, exigir mil toalhas brancas em seu camarim, para ser original e é claro, se achar um semideus.
È mãe eu quero sim ser um rock star, todas as groups do mundo lambendo o chão que você pisa e dando um braço para se deitar com você. Cometer de uma vez só os sete pecados capitais, eu sempre quis fazer isso, fazer um pacto com o demônio em troca do solo perfeito, faltar nos compromissos, não responder perguntas e jamais admitir ser questionado.
Mãe, eu quero fazer festas que durem três dias, eu quero ficar chapado e não lembrar quem eu sou, eu quero quebrar um palco inteiro, um quarto de hotel inteiro, um país inteiro, eu quero ser expulso de algum lugar. Mãe, eu quero acordar pelado do lado de alguém que eu não conheço, em um lugar que eu não conheço, numa cidade que eu nunca estive.
Parece doentio, mas eu quero ser preso, por dirigir embriagado com agravante por desrespeitar o delegado e acabar tendo de pagar com serviços comunitários, limpando bunda de velho em um asilo espírita.
Como eu queria ser um Rock Star, não ter limites, e como todo bom rock star morrer jovem, depressivo e solitário.