terça-feira, 26 de junho de 2012

As classe sociais e a minha maneira de pensar


Nem pela perspectiva da senhora preconceituosa de Higienópolis ou da patricinha dos vestidos de marca de Ribeirão Preto. Nem pelo olhar faminto do retirante nordestino ou do jovem antropólogo assistencialista. Tentaremos uma visão do preconceito sem preconceito, se é que isso é possível ou necessário.
Recentemente o aplicativo e rede social fotográfica instagram, que era exclusivo para usuários do Iphone que custa em torno de mil e oitocentos reais. Foi liberado para telefones com o sistema operacional android, presente em celular com valor a partir de cem reais. Essa novidade revoltou os proprietários dos celulares apple, que agora tem a sua elitizada rede social invadida por milhares de “populares”.
Um terreno baldio foi invadido há dez anos, as famílias que lá entraram construíram casas e barracos e por fim transformaram o local em um bairro popular de são José dos Campos chamado “pinheirinho”. Este bairro a pedido da então proprietária, empresa cujo sócio é Daniel Dantas, banqueiro investigado, foi desocupado pela policia a mando judicial de reintegração de posse, deixando os moradores sem ter onde morar. Muitos ficaram ao lado dos moradores que se armaram para resistir à ação policial, outros defenderam a empresa que era dona do imóvel por direito.
Em 2002, com a vitória do ex-presidente Lula, foi idealizado dentro do projeto fome zero o programa social “bolsa família”, cuja finalidade é distribuir uma módica ajuda financeira para famílias com renda familiar abaixo da linha de pobreza. Os recursos deveriam garantir a alimentação básica das famílias atendidas, mas é alvo de criticas por “incentivar” os atendidos a não trabalhar formalmente para não perder o beneficio.
O que vemos nós três casos apresentados é a nítida distorção de fatos de ambos os lados e uma discussão silenciosa onde um indivíduo não acredita ser igual a outro. Generalizar afirmando que todas as famílias beneficiadas pelo programa bolsa família são “acomodadas” é tão ridículo quando sugerir que os moradores do pinheirinho não têm direito algum sobre sua casa.
É errado, da mesma maneira, se a prefeitura diz que você tem que deixar a sua casa porque ela foi vendida a você irregularmente pelo antigo morador, que não era dono de fato, assim como você ser proprietário de um terreno onde pretende morar e ele ser invadido por um terceiro que toma posse e constrói em sua terra. As famílias não estão certas, os proprietários não estão certos e a prefeitura local junto com a justiça menos ainda.
Para finalizar, sobre o aplicativo instagram, os revoltados que criem vergonha na cara, o aplicativo é gratuito e você não é melhor que ninguém, pior pode até ser, melhor não.

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